Na tentativa de aumentar o crédito imobiliário no Brasil, bancos e incorporadoras estão ajustando a proposta de redução dos depósitos compulsórios bancários que foi apresentada ao Banco Central no início de 2023. Além dos juros altos, que tornam os empréstimos mais caros, o crédito tem sido afetado pela queda de recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), principal fonte de dinheiro para financiamentos.
A nova proposta das instituições financeiras inclui a criação de um fundo com 5% dos depósitos de poupança. O Banco Central seria responsável por controlar este fundo, podendo restringir o uso quando necessário. O uso dos recursos não seria obrigatório, já que nem todos os bancos atuam intensamente no setor.
A primeira sugestão do setor era reduzir 5 pontos percentuais no compulsório, liberando R$ 37 bilhões para novas operações de crédito. O BC não aceitou a ideia, com preocupações com a inflação e a política monetária. A redução do compulsório poderia gerar estímulos contraditórios, aumentando a disponibilidade de recursos enquanto se reduz o ritmo de cortes na taxa Selic. Além disso, manter um colchão de liquidez é crucial para enfrentar crises eventuais.
Por outro lado, os altos juros do crédito imobiliário – que dificulta vendas de imóveis – exige nova movimentação dos bancos e incorporadoras. A taxa média de financiamento habitacional ultrapassou os dois dígitos em 2023, algo não visto desde 2016. Além disso, mudanças nas letras de crédito imobiliário (LCI) afastaram investidores, agravando a situação. Procurado pela reportagem do Estadão, o Banco Central não comentou o assunto.
Fonte: Estadão